Imaculada Conceição 2019

D. Carlos Lema Garcia

O mistério da Imaculada Conceição consiste em que Maria foi preservada de toda mancha de pecado desde o primeiro instante de sua existência. Trata-se de um privilégio especial que lhe foi concedido por Deus para que fosse digna Mãe de Jesus. O Papa Pio IX, que definiu o dogma da Imaculada Conceição em 1854, explicou que lhe foram aplicados antecipadamente os méritos de Cristo, salvador do gênero humano e, assim, ela foi preservada da mancha do pecado original. Convinha que fosse assim porque o corpo virginal, que abrigaria por nove meses o Verbo de Deus encarnado, não devida ter sido, nem por um instante, tocado por qualquer pecado.

Algumas passagens da Bíblia servem de fundamento para esse mistério, como o livro do Apocalipse mostra uma visão grandiosa: “apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Apoc 12, 1). Neste livro se narra a vitória dessa mulher, Maria,  sobre o dragão infernal, o demônio. Assim é a esplendorosa imagem da Imaculada: uma mulher com uma coroa de doze estrelas, com a lua aos seus pés, pisando numa serpente. É a máxima beleza jamais vista nesse mundo.

Para entender o mistério da Imaculada, temos que remontar-nos ao momento da anunciação do Arcanjo São Gabriel: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,26). A plenitude da graça é incompatível com qualquer pecado. Todos nós nascemos com a mancha do pecado original e percebemos as suas sequelas: inclinação para o pecado, ignorância na inteligência, malícia na vontade, tendência à moleza e à preguiça, desordem na busca do prazer. Maria, ao contrário, nasce e vive sempre pura e inclinada para o bem. Sua alma manteve-se sempre em constante amor a Deus. Sempre imune em relação ao pecado e à inclinação ao pecado, ela nunca pecou nem mesmo da forma mais leve. Por isso, é uma criatura realmente incomparável: com um coração límpido, sem nenhum movimento de impaciência, de aborrecimento, de mau humor, nada… Podemos dizer que Maria realiza o ideal de perfeição da pessoa humana. Ela possui todas as virtudes, todas as qualidades que encontramos na vida de todos os santos, em grau sumamente elevado. Por isso, é chamada cheia de graça.

Ao longo de sua vida também foi dócil e correspondeu ao que Deus lhe pedia. A sua santidade foi crescendo ao passo da sua correspondência às graças que Deus lhe concedia.

Dirigindo-nos a Ela dizemos uma expressão que já repetimos mil vezes: “Bendita sois vós entre as mulheres”. Deus a escolheu entre toda as mulheres: Jesus foi a única pessoa deste mundo que pôde escolher sua própria Mãe! Assim escolheu a sempre Virgem Maria. Não só escolheu, mas a criou repleta de todas as qualidades e perfeições. Vamos imaginar se nos fosse permitido escolher a nossa mãe: obviamente escolheríamos a mãe que temos e a adornaríamos com todas virtudes e qualidades. Foi o que Deus fez! E por que é importante essa proximidade de Maria? Porque ninguém amou Jesus com um amor tão profundo e generoso. Ninguém se uniu tão intimamente a Jesus como a sua Mãe, com um Amor forte, a toda prova. Um amor capaz de estar presente a seu lado e suportar com firmeza a Paixão e o suplício da Cruz. Por isso, ela foi quem primeiro teve a graça de ver Jesus Ressuscitado. Ela também esteve presente no grande momento da Igreja nascente, o dia de Pentecostes, quando os primeiros cristãos recebem a missão de levar o Evangelho a todo o mundo, Maria esteve a seu lado, como boa Mãe, consolando, abençoando, dando coragem…

Assim também está também agora do nosso lado. Devemos levá-la à nossa vida, conviver com Maria. Ela nos levará a Jesus, especialmente nessas próximas semanas de preparação para o Natal. Queremos receber bem Jesus que está para chegar.

Vamos preparar uma boa Confissão para receber Jesus em nossos corações nesse Natal.

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