O que Deus espera dos jovens na próxima Jornada Mundial da Juventude em Lisboa?

Dom Carlos Lema Garcia

Na última semana, o Papa Francisco enviou uma mensagem, convidando os jovens para participarem da JMJ que se realizará dentro de três meses em Lisboa, Portugal, de 1º a 6 de agosto de 2023. A nossa Arquidiocese será representada por um animado grupo de cerca de algumas centenas de jovens. E os demais poderão acompanhar os eventos da Jornada pela TV e pela internet em suas casas e nos grupos de jovens das suas paróquias e comunidades. A JMJ é um evento de repercussão mundial: os jovens serão o centro das atenções da imprensa, TVs, jornais, revistas, rádios… Será uma grande manifestação de fé pelas ruas e praças: gente jovem e alegre, rezando, cantando por todos os lados.

O que Deus espera dos jovens? O que o Papa espera dos jovens? Vale a pena recordar umas palavras do Papa Francisco pronunciadas depois da JMJ no Rio: “No domingo passado, eu estava no Rio de Janeiro. Concluía-se a Santa Missa e a Jornada Mundial da Juventude. Acho que todos juntos temos que agradecer ao Senhor pelo grande dom que foi este evento para o Brasil, para a América Latina e para o mundo inteiro… Nunca devemos esquecer que as Jornadas Mundiais da Juventude não são ‘fogos de artifício’, momentos de entusiasmo com fins em si mesmos; são etapas de um longo caminho, começado em 1985, por iniciativa do Papa João Paulo II… Lembremo-nos sempre: os jovens não seguem o Papa, seguem Jesus Cristo, carregando a sua Cruz. E o Papa os orienta e os acompanha neste caminho de fé e de esperança. Gostaria de pedir-vos que rezem por mim para que os jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude possam traduzir essa experiência na sua jornada diária, no comportamentos de todos os dias; e que possam traduzi-lo também em escolhas importantes de vida, respondendo ao chamado pessoal do Senhor.”

É inegável que a JMJ mexe muito com as pessoas. Mas há um perigo de que seja apenas um momento de empolgação, de sentir fortes emoções ao ver a multidão vibrante de jovens de todos os lugares, ouvir as palavras do Papa, cantar juntos, rezar em silêncio na vigília e nas missas etc.

Conhecemos muitas pessoas que, depois da JMJ, se transformaram, tomaram decisões sérias, encontraram a sua vocação, descobriram o que Deus esperava de suas vidas e hoje são sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos que encontraram a sua vocação de entrega Deus no meio do mundo, no Matrimônio ou no celibato apostólico.

Queremos que esta JMJ seja “o encontro com Jesus vivo, em sua grande família que é a Igreja, e enche o coração de alegria, porque o preenche com a vida verdadeira, de um bem profundo, que não passa e não apodrece”, como o Papa dizia. Queremos que a JMJ seja um momento de alta temperatura espiritual que se transforme em movimento, em mudança, em crescimento. Não queremos que o calor se esfrie com o passar do tempo. Por isso, penso que o mais importante virá depois da JMJ, em como serão as mudanças nas nossas vidas, pelas decisões corajosas e definitivas que tomarmos.

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